sexta-feira, 30 de maio de 2014

Alimentação vegetariana

O que é veganismo? 

Veganismo é um estilo de vida em respeito aos animais. Assim, um vegan:

não come alimentos de origem animal, carnes de todas as cores e tipos, ou que contenham qualquer resíduo: leites, queijos, salsichas, ovos, mel, banha, manteiga, etc;
não veste roupas ou sapatos feitos de animais: couro, seda, lã, etc;
evita o consumo de cosméticos e medicamentos testados em animais ou que contenham componentes animais na formulação: sabonetes feitos de glicerina animal, maquiagem contendo cera de abelha, xampu com tutano de boi, etc;
não apóia diversões contendo exploração animal, como rodeio, circo com animais, rinhas, etc;
profissionalmente não trabalha com exploração animal (vivo ou morto), como venda de animais em pet shop, lojas de aquário ou gaiolas para passarinhos, venda de qualquer produto que contenha derivado animal (p.ex. bolsas e sapatos de couro), restaurante que utilize animais ou seus resíduos corporais como comida, dentre outras atividades.
O vegano leva sua vida normalmente, com a diferença de pensar antes nos animais em todas as escolhas, e faz isso unicamente em respeito a eles. É fácil ser vegan! (obs: vegan lê-se vígan, ou aportuguesado: vegano)



É suficiente apenas deixar de comer carne?


Se você quer respeitar os animais e decidiu não comer apenas carne, mas tolerar resíduos como queijo e ovos, está sendo incoerente. O animal de indústria vai ser morto ali dentro de qualquer jeito, e morre exausto pela exploração de uma vida inteira. 

A vaca leiteira, por exemplo, é inseminada artificialmente a vida inteira (sem filhos = sem leite) e seus filhotes são abatidos aos 3 meses como vitela/baby beef, e ao final de uma vida inteira de exploração, quando baixa sua produção leiteira, a vaca é mandada para o abatedouro do mesmo jeito. 

As galinhas poedeiras (que põem ovos) passam a vida presas em gaiolas, e no final, o destino também é o abatedouro. É bem pior ser fêmea, o sofrimento é maior do que simplesmente ser assassinada.

Quando se trata de indústria, tudo é feito visando um único objetivo: lucro. Animais são vistos como máquinas, a produção não pode parar: hormônios são injetados para acelerar o crescimento, antibióticos indiscriminadamente utilizados para conter doenças num ambiente caótico lotado de animais pressentindo a morte, e tudo isso vai para dentro do organismo de quem consome os cadáveres ou subprodutos feitos a partir de secreções dos corpos de animais. Conforme Dicionário Michaelis: "cadáver: sm (lat cadaver) 1 Corpo humano ou animal após a morte." 

Nada disso é necessário, se você não quiser. Que sentido tem em se alimentar assim, só porque você não vê o que acontece antes com sua comida? Pessoas que trabalham em ambientes assim são as que mais procuram ajuda psicológica/psiquiátrica, uma vez que são dessensibilizadas pelo sistema. Os consumidores também estão dessensibilizados, deixando-se levar pela propaganda da indústria da carne e pela velha cultura de que carne é bom. Carne não é bom nem para nós, nem para os animais. 

Depende de cada um a mudança no mundo, afinal, quando não houver mais procura, não haverá mais oferta. 


É fácil ser vegan!

Pode levar algum tempo para se acostumar com as mudanças da dieta vegan, explorar novos alimentos e desenvolver sua rotina. Felizmente, hoje em dia há abundância de opções vegans prontas no mercado: várias marcas de leite vegetal fortificado, pratos prontos congelados ou enlatados, hamburgers, salsichas, linguiças, almôndegas, margarinas, queijos, patês, maioneses, salgadinhos de pacote, irresistíveis sobremesas como chocolates, sorvetes, chantilis, creme de leite de soja, doce de leite, iogurtes, biscoitos, você escolhe!

Com as substituições adequadas, você descobre que ainda pode desfrutar de suas refeições favoritas: adaptar receitas de família torna-se fácil com a proteína de soja e o glúten, feitos em casa ou comprados prontos. Explore sites de receitas veganas na internet, utilize essa preciosa ferramenta e aproveite para fazer novas amizades e abrir seus horizontes.

Há muitas coisas que podemos fazer para tornar o mundo um lugar melhor, e com certeza o veganismo é a maneira mais maravilhosa para contribuir várias vezes ao dia. Não se trata de perfeição ou tentar ser melhor do que os outros, e sim o melhor que podemos ser em nós mesmos, reduzindo ao máximo possível o sofrimento animal. O boicote às indústrias ou a qualquer comércio que explore o sofrimento animal é uma escolha inteligente, associado ao ato de levar essa informação adiante. 

Fazer escolhas é a afirmação definitiva da nossa humanidade, enquanto nessa condição devemos utilizá-la, lembrando que para os animais só importam as coisas que fazemos. 

Seja vegan hoje!

Meditação - Definição e Prática

A meditação não é religião, embora possa ser usada como prática espiritual nas várias religiões. Um exemplo: defender a vida humana não é religião, embora as religiões possam fazer essa defesa. Ou ainda, adoptar uma ou várias normas de comportamento não é religião, embora as religiões possam defender essas mesmas normas.


No caso da meditação, a situação é ainda mais clara. Trata-se de um processo psicofisiológico concreto. Dormir não é religião. Estar desperto não é religião. Sonhar não é religião. Meditar é adoptar um procedimento que dá acesso a um estado da mente/corpo, diferente do estar acordado, do dormir ou do sonhar, mas, ainda assim, um estado mental com uma correspondente fisiológica específica – um quarto estado de consciência. Este é o conhecimento da investigação mais moderna sobre o funcionamento da mente.

Meditação não é rezar, não é crer ou acreditar, não é pensamento positivo, não é uma moda new age. Para meditar não é necessário ter um deus, qualquer deus. Não é necessário uma igreja ou seita. Ateus, agnósticos ou crentes de qualquer fé podem meditar com o mesmo sucesso, e beneficiar dos efeitos positivos desta prática.

Meditação não é uma prática de grupo isolado, não impõe estilos nem rotinas específicas de vida, não exige mudança de convicções, nem é só para alguns ou para ascetas em reclusão. Ameditação é - deve ser - para todos! Desde que se possa pensar, pode-se meditar. Todos podem ter acesso aos benefícios para a vida que a ciência comprova na prática diária da meditação.

Numa expressão curta, a meditação aquieta a mente. Diminui a actividade da mente. É um estado de simplicidade da mente. A mente quieta produz um corpo relaxado. Mente quieta, mas alerta, desperta. No sono profundo, a mente está quieta, mas não alerta – não há consciência. Na meditação, a mente está quieta, mas a consciência mantém-se, acentua-se, expande-se.

O objecto da meditação é a transcendência. Mas não devemos entender este termo como algo do domínio do misticismo ou do religioso. A transcendência pode e deve ser experimentada por todos, e existe, independentemente de qualquer religião. A transcendência é um estado da mente, da consciência. Não é uma crença. Não se trata de pensar na transcendência, desta ou daquela maneira. Por exemplo, pensar em Deus, no facto de ele ser transcendente, etc. Isso é mente activa, é mente envolvida no nível do pensamento, do intelecto. A Meditação Transcendental não é isso.

A Meditação Transcendental é uma técnica para permitir que a mente se recolha no seu próprio silêncio. Partindo do “barulho”, do “ruído”, dos pensamentos que assolam normalmente a mente, dos “turbilhões da mente”, para chegar à quietude, ao silêncio consciente, à paz interior, à serenidade do Ser. E o corpo aquieta-se quando a mente se aquieta. Ligado de forma indissociável à mente em repouso profundo, também o corpo obtém repouso profundo.

Esta meditação é um processo completamente natural, não envolve esforço. Trata-se apenas de criar o “ângulo correcto do mergulho”, que permite que a atenção mergulhe sem esforço, facilmente, e se dirija naturalmente para níveis sucessivamente mais agradávies da actividade da mente. Transcenda os aspectos mais concretos, mais superficiais, mais “barulhentos”, com mais significado intelectual, para atingir os níveis mais abstractos, mais indistintos, mais rarefeitos do pensamento e, mesmo, transcendendo este nível, chegar ao nível da transcendência plena, da consciência transcendental, em pleno silêncio, paz e bem-aventurança ilimitadas. É a técnica para isto. É uma técnica. Uma tecnologia da consciência para o conhecimento do Eu, do Ser, Atma. Uma viagem muito bela.

Tenho que admitir que alguém, na posse desta tecnologia, possa, a partir daí, criar uma religião. Digamos mesmo, que muitas das principais religiões se construíram sobre a posse ou domínio total ou parcial desta tecnologia. A Meditação Transcendental para todos permite que, se assim o quiser, alguém possa criar a sua própria religião. Ou não. Alguns de nós precisam de ter uma religião, outros não. Uns aprofundarão os fundamentos da religião que já têm, outros, por ventura, as suas próprias convicções filosóficas, culturais, etc. E outros poderão também, porque não, alterar essas convicções.

A Meditação Transcendental é, assim, uma técnica de libertação, para chegar à verdadeira liberdade, uma liberdade só possível se for baseada numa consciência plenamente expandida, na utilização plena dos 100 por cento do nosso potencial mental disponível, por oposição à utilização de apenas 5 ou 10 por cento desse potencial, que os psicólogos afirmam ser a média geral da população. A ciência confirma-o, e ignorar a ciência e o estado do conhecimento científico actual neste domínio, como noutros, apenas pode levar ao insucesso e, mesmo, ao desastre.

Mais do que as religiões, nos nossos dias, quem deve usar esta tecnologia, são os estados, as diversas organizações sociais. O Governo é o espelho inocente da consciência colectiva da Nação. O chefe de um governo pensa, naturalmente, para si mesmo “o que posso fazer de melhor para o meu povo?” Melhorar a economia, melhorar os aspectos sociais, a saúde, etc., etc. Mas ele só pode fazer o que a consciência colectiva do seu povo permitir. Muitas vezes, ao mesmo tempo que entretém este pensamento, ele envolve o seu país em guerras, ou assina tratados de paz. Esta tem sido um pouco a história da humanidade. E isto acontece porque a consciência colectiva está manietada pelo stress individual dos cidadãos. Até há pouco tempo, o mundo não tinha descoberto, validado pela via do conhecimento científico, uma solução de base para os seus problemas ancestrais. A situação de hoje alterou-se. Os governantes têm agora ao seu dispor um vasto corpo de investigação científica que mostra como pode ser gerida a nossa sociedade, em paz, abundância e felicidade individual dos seus membros. Não usar este conhecimento pode ser considerado criminoso. E os cidadãos do futuro vão certamente responsabilizar os governantes por tão grave falha. De facto, como explicar a esses cidadãos que, havendo uma tecnologia disponível, que pode ser utilizada a qualquer momento e que produzirá efeitos a muito curto prazo (conforme mostra a investigação), na criação de uma sociedade livre e realizada, liberta de guerras, terrorismo, etc., alguém à frente de um governo, não use esse recurso imediatamente?

Portanto, como diriam os ingleses quanto à Meditação Transcendental, "what's in it for me?" O que tem qualquer pessoa, de qualquer estrato social, de qualquer proveniência geográfica e cultural, de qualquer sexo, de qualquer raça, de qualquer idade, de qualquer nível de conhecimento, de qualquer filiação religiosa ou filosófica, a ganhar com a prática da MT? Qual o retorno do investimento na aprendizagem e prática regular desta técnica de meditação, durante 20 minutos, duas vezes por dia? Onde está o ganho?

O ganho está na optimização da capacidade de perceber. De conhecer... ("conhece-te a ti próprio") a realidade essencial daquilo que somos como seres humanos e, conhecendo isso, conhecer tudo o resto que existe em redor. No entanto, este conhecimento não é de natureza intelectual, transcende a actividade da superfície da mente, é conhecimento do Ser. Ou, se quisermos, o Ser, como conhecimento. É cognição directa. É "Eureka!" É "Aha!" É uma associação íntima da percepção com a sua realidade essencial de consciência, de capacidade de conhecer.

A MT cria a condição na mente para que, de forma totalmente sem esforço, numa progressão natural na procura de campos de maior felicidade, a percepção marche em direcção à fonte do pensamento, aquele estado consciente donde são originados todos os pensamentos e que, em si mesmo, está quieto, sem excitação, em silêncio. Este é o campo de todas as possibilidades para a mente e para toda a vida que, uma vez experimentado, uma vez estimulado, aumenta o espectro de possibilidades de realização nas várias áreas da nossa vida. Tudo o que é bom para a mente aumenta com a experiência regular do Ser na Meditação Transcendental.

Mais calma e silêncio interior mesmo quando estamos envolvidos na actividade mais exigente, maior inteligência, maior capacidade de dar atenção e de, assim, não desperdiçar oportunidades de realização que vão surgindo na nossa vida, maior capacidade de concentração quer no estudo quer na prossecução de objectivos, maior independência de campo e maior invencibilidade face aos desafios exteriores, mais doçura de coração, maior capacidade de amar e de dar, mais capacidade para agir correctamente de forma espontânea evitando os erros que comprometem a nossa realização, a concretização dos nossos desejos, maior felicidade.

sábado, 24 de maio de 2014

Espiritualidade do Ser

1. Importância do estudo da Espiritualidade

Estudo da ciência espiritual é essencial para nos ajudar a entender a importância de por que devemos fazer prática espiritual. Somente quando o intelecto está convencido sobre a importância de praticar Espiritualidade podemos fazer esforços concertados para fazer prática espiritual regular. Compreender os princípios espirituais nos dá a capacidade de tomar melhores decisões sobre a nossa vida e também a nossa prática espiritual.


2. O que devemos estudar?


Idealmente, os livros que lemos deve dar instruções claras sobre o caminho a seguir na prática espiritual. A orientação dada nos livros devem estar em conformidade com os seis princípios básicos da Espiritualidade.


Do ponto de vista de leitura de textos espirituais para nosso crescimento espiritual, devemos preferencialmente ler literatura escrita por Santos ou Gurus. Isso é porque ele contém Consciência Divina (Chaitanya). Por favor, note definição SSRF de um Santo e Guru. Não é 100% Consciência Divina em textos escritos pelos santos da ordem mais elevada em comparação com 0-2% em caso de textos espirituais escritos por outros autores de menor nível espiritual. Assim, pela leitura de livros espirituais por autores de menor nível espiritual, no máximo, podemos obter algum conhecimento a nível intelectual. Mas ao ler textos espirituais escritos por Santos, mesmo quando ficamos lendo Consciência Divina (Chaitanya), que é o objetivo por trás fazendo a prática espiritual.


Ao ler os textos sagrados que devemos tomar cuidado para não limitar a nossa compreensão de um ponto de vista míope sectária. Devemos tentar conciliá-la com a ciência abrangente da espiritualidade.


Ao ler as Escrituras Sagradas, devemos entender que há um significado implícito ao texto. É importante que entendamos o significado implícito e colocá-lo em prática. A coisa não importa quantas centenas de leituras periódicas de Sagradas Escrituras nos propomos tem pouco benefício com relação ao nosso crescimento espiritual. Isto é porque um nível espiritual mais elevado é necessário para ser capaz de compreender o significado implícito em um texto sagrado. Nosso nível espiritual não pode ser alta o suficiente para compreender o significado implícito do texto de acordo com a ciência espiritual e, consequentemente, pôr em prática.


3. Como devemos estudar?


Devemos começar por ler o prefácio do texto espiritual, de modo a compreender a intenção do autor ou compilador por trás montar o texto. Isso também nos ajudam a compreender o contexto no qual o autor ou o compilador é explicar os princípios espirituais.


Devemos nos perguntar a cada passo para verificar se compreendemos cada linha do texto. Se não está claro em nenhum ponto, então deveríamos tê-lo esclarecido de nosso guia espiritual ou o condutor do satsang estamos a assistir.


Depois de uma seção específica do texto é claro, devemos explicar isso para alguém em nossas próprias palavras. Explicando um conceito a outra pessoa e encorajando-o a fazer perguntas é uma boa maneira de saber o qual bem nós entendemos o conceito particular.


Devemos verificar se temos experimentado a qualquer momento o que estamos estudando e pedir a nossa auto que, se não, então por que não. Se não tivemos uma certa Verdade no texto Santo, isso significa que precisamos fazer mais prática espiritual.


Devemos fazer planos específicos para colocar em prática o que se entende e revisão de tempos em tempos se estamos experimentando os sinais de progresso esperado.


Devemos estudar o mesmo texto de tempos a tempos. Isso ocorre porque com o aumento no nível espiritual a capacidade de compreender o texto, a capacidade de colocá-lo em prática, etc, aumenta.


3.1 Quanto tempo devemos estudar?

Seekers na fase primária:Nesta fase, devemos ler "apenas por uma questão de leitura", isto é, o fim de desenvolver alguma crença em espiritualidade e sua prática. Devemos ler os textos sagrados que têm pouca ou nenhuma discrepância entre o significado literal e implícito.

Mais tarde, quando começamos a ter experiências espirituais depois de praticar espiritualidade, essa leitura se mostrou útil para a sua confirmação. Por exemplo, se sentimos a fragrância de uma vara de incenso sem um pau de incenso que está sendo iluminado, que nem se sente surpreso, nem refletir sobre ela, se já leu sobre isso e percebeu que é uma experiência espiritual.

Seekers na fase intermediária:Neste estágio estudando não é tão essencial como agora temos fé na Espiritualidade. No entanto, nós ainda não temos experiências espirituais (anubhooti) de um nível superior. Sree Shankaracharya disse que, 'A teia de palavras é uma grande floresta que faz com que a mente vagueie e cria confusão ". Isto implica que a leitura excessiva também pode resultar em confusão. Muitas vezes encontramos pessoas trancadas em debate teológico e em uma teia de palavras espirituais, mas nunca experimentou estados espirituais mais elevados de emoção espiritual (bhāv) ou Bliss (Ānand). Para as pessoas que enfrentam esse tipo de obstáculo, o melhor é focar mais na prática da espiritualidade de acordo com os seis princípios básicos da prática espiritual.


4. Mais importante ainda

Se nós não empreendemos a prática espiritual simultaneamente com o estudo, então há um risco de não fazer progresso espiritual devido à vaidade adquirido como resultado da leitura voraz e os conhecimentos adquiridos do mesmo. Não há nenhum substituto para a prática de espiritualidade e tudo nosso estudo devem ser orientados para alcançar níveis mais elevados de prática espiritual.